Ações terapêuticas.
Antidiabético.
Propriedades.
A troglitazona é uma molécula da
família das tiazolidinodionas, que exibe atividade hipoglicemiante,
hipolipemiante e anti-hipertensiva. É utilizada primariamente como agente
antidiabético em pacientes que apresentam resistência à insulina. Acredita-se
que sua ação seja devida a um aumento da sensibilidade à insulina (fígado,
músculo, tecido adiposo), apesar que, no nível hepático, a troglitazona poderia
exercer um efeito insulinomimético direto porém sem induzir um aumento na
secreção de insulina. O mecanismo molecular de ação poderia envolver uma
reversão dos efeitos do fator de necrose tumoral a (TNF-a) e um aumento da
expressão dos receptores de insulina e de um enzima
(fosfatidil-inositol-3-quinase) envolvida na transmissão do sinal do receptor
para o núcleo celular. Estudos em animais demostraram que a troglitazona exerce
efeito anti-hiperglicemiante e anti-hiperlipemiante em modelos experimentais de
diabetes não-insulinodependente, enquanto não produz alteração em animais com
dieta normal ou submetidos a jejum.Em estudos clínicos observou-se uma ação benéfica
sobre os lipídeos plasmáticos (aumento do colesterol HDL, hipotrigliceridemia)
nos pacientes diabéticos obesos não-insulino dependentes, enquanto tais
alterações não ocorreram em obesos não-diabéticos. A troglitazona é absorvida
com rapidez por via oral, registrando-se o pico sérico em 2 a 3 horas; a
ingestão com alimentos aumenta a absorção do fármaco em 30% a 85%. É
biotrasformada, dando origem a 3 metabólitos principais, que se eliminam em
maior proporção (85%) pelas fezes e muito pouco na urina (3%). União a
proteínas: a ligação com a albumina é acima de 99%. Volume de distribuição:
varia de 10,5 a 26,5 1/kg. Meia-vida de eliminação: 16 a 34 horas.
Indicações.
Como coadjuvante no controle da
glicemia em pacientes diabéticos não-insulino dependentes. Como monoterapia
para o controle da glicemia em pacientes com diabetes do tipo 2, juntamente com
exercício e dieta.
Posologia.
Em pacientes diabéticos
não-insulinodependentes, que não respondem de forma adequada à insulina
(hemoglobina glicosilada superior a 8,5%), iniciar o tratamento com 200 mg/dia
em uma tomada com alimentos; em 2 a 4 semanas a dose pode ser aumentada para
400 mg/dia em duas tomadas com alimentos; não é necessário reduzir a dose de
insulina, porém pode-se reduzir a dose de troglitazona em 10% a 25% se a
glicemia se situar abaixo de 120 mg/dl. Em pacientes diabéticos
não-insulinodependentes que não respondem adequadamente a hipoglicemiantes
orais, recomenda-se administrar 200 mg/dia com alimentos. Dose máxima
recomendada: 600 mg/dia.
Reações adversas.
São pouco frequentes. Icterícia
reversível. Náuseas, vômitos, diarreia e erupção cutânea.
Precauções.
Este fármaco não deveria ser utilizado
em pacientes com diabetes insulinodependente ou em pacientes com cetoacidose
diabética. A troglitazona não produz hipoglicemia quando usada como
monoterapia; não obstante, pode ocorrer quando o fármaco é utilizado juntamente
com insulina, fato que aponta para a necessidade de reduzir a dose do hormônio.
Pode induzir a ovulação em mulheres anovulatórias com resistência à insulina,
havendo portanto a possibilidade de engravidar. O início da administração de
troglitazona (primeiras 4 a 8 semanas) pode estar associado com uma redução da
contagem de eritrócitos e leucócitos, o que logo se estabiliza, não sendo
necessário suspender o tratamento.
Interações.
Insulina: efeito sinérgico sobre a
glicemia em pacientes diabéticos não-insulinodependentes. Hipoglicemiantes
derivados da sulfonilureia: não sinérgica sobre a glicemia. Oxilofrina:
possível antagonismo do efeito hipoglicemiante; vigiar a glicemia e realizar
reajuste de dose, se necessário.
Contraindicações.
Pacientes hipersensíveis à
troglitazona